Entrevistas Nacionais (II)

Continuamos com as entrevistas aos Clubes com mais pares/grupos apurados para os Campeonatos Nacionais. Segue-se, pela ordem já apresentada, o Acro Clube da Maia com 11 P/G. Lourenço França, editor deste blog e treinador do ACMaia dará as respostas.

Acronews - Quantos ginastas tem o Acro Clube da Maia, actualmente, na(s) classe(s) de Ginástica Acrobática?
Lourenço França - O ACM possui 45 ginastas.

Acronews - De que escalões são esses ginastas? E quantos ginastas de cada escalão?
LF - Iniciados (6); Juvenis (22); Juniores (5); Juniores AA (3); Seniores AA (4); mais uns tantos tão novinhos que ainda não têm escalão definido.

Acronews - Quantos treinadores tem o AC Maia na(s) classe(s) de Ginástica Acrobática?
LF - 2 treinadores e 1 coreógrafa na classe de Competição e 2 treinadoras (1 também coreógrafa) na classe de Formação e AcroMinis. 1 treinadora para a classe de Bébés.

Acronews - Quantas classes tem o AC Maia para a Ginástica Acrobática?
LF - Os vários ginastas estão divididos pelas classes de AcroCompetição, AcroFormação, AcroMinis e Bébés.

Acronews - Há um esforço ou objectivo do vosso clube em formar os vários P/G respeitando as idades internacionais?
LF - NO AC Maia tentamos sempre que os nossos ginastas tenham essa perspectiva "internacional" e por isso, dentro das possibilidades, procuramos construir os P/G de acordo com as idades FIG. Mesmo que nem sempre seja possível, dificilmente deixamos que tenham mais do que um ano de latência (o que em alguns casos até é bom para que possam ganhar mais experiência competitiva - e há sempre muitos torneios internacionais que não têm as idades FIG como limites que ajudam nesse ganho de experiência). O nosso maior desafio é criar P/G que, mesmo que não se mantenham juntos juntos até à idade Sénior, comecem em Juvenis (11-16) com essa perspectiva, essa ambição e sem o "problema" da idade.

Acronews - O que mudaria, de forma geral, para que a Ginástica Acrobática continuasse a crescer e a melhorar no nosso País?
LF - Há quatro assuntos que julgo importantes serem abordados para que possamos, pelo menos, reflectir sobre eles:
- o primeiro tem que ver com os Juvenis e a introdução de uma categoria que torne este escalão mais competitivo (não que lhe falte competição em número, mas muitas vezes é uma questão de qualidade ou de uniformização dessa qualidade dentro da respectiva categoria). Não podemos esquecer que o futuro da modalidade passa pelos ginastas que hoje são Juvenis e quanto mais cedo começarem a integrar a elite, mais rapidamente adquirem as competências necessárias para triunfar nas categorias superiores - basta ver quantos ginastas competiram em 11-16 nos Mundiais de 2002 e que depois, em 2006, estavam em Coimbra no pódio do Campeonato do Mundo - ingleses, russos, ucranianos. E desde os Mundiais de França, em 2004 essa tendência intensificou-se bastante;
- o segundo prende-se com a forma de apuramento dos ginastas para os Campeonatos Nacionais. Algo precisa ser mudado pois o actual sistema parece tender para uma prova que ultrapasse o tempo de um fim de semana já em 2009;
- o terceiro relaciona-se com a questão das selecções ou equipas nacionais. Julgo que as equipas nacionais necessitam de mais ginastas e que haja um verdadeiro espírito nacional capaz de impulsionar a prática da Acrobática com base na vontade representar Portugal. A existência de Selecções Nacionais Seniores, Juniores e 11-16 - com equipas completas -, retiradas de um grupo maior de ginastas (a Equipa Nacional) é algo que me parece imprescindível. Portugal não pode viver apenas com 7, 8 ou 9 pares/grupos AA!!
- o quarto e último é a enormíssima falta de jovens do sexo masculino a praticar. Alheio a esse facto não estará, certamente, a grande diferença entre os obrigatórios de 11-16 para trios ou pares femininos e as outras especialidades. Algo deve ser feito para que, em Portugal, haja mais rapazes a fazer Acrobática: não sei se regulamentos mais acessíveis ou maiores facilidades em passar a AA ou outras dificuldades mínimas, mas alguma coisa deve ser tentada.

Lourenço França