Tuesday, November 20, 2007

Curso de Treinadores de Ginástica Acrobática - Grau 1

Terminou no passado fim de semana (17 e 18 de Novembro) o Curso de Treinadores de Ginástica Acrobática - Grau 1. Foram 13 os formandos que se apresentaram a prestar as provas finais.

Todos os (futuros) treinadores que obtiverem classificação positiva neste curso poderão acompanhar ginastas Juvenis em provas oficiais da FPTDA.
Os resultados finais do Curso ainda não sairam, mas, a todos quantos nele participaram, envio desde já os meus Parabéns e faço votos para que, num futuro tão breve quanto possível, possam estar com os seus ginastas nas competições.

Sunday, November 18, 2007

Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática

PORTUGAL

Tal como prometido, este post faz uma breve análise da prestação dos ginastas nacionais no Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática.

As primeiras ginastas a entrar em acção foram Vera Costa/Joana Correia/Heloise da Silveira, do Trio 11-16. A competição desta especialidade é sempre muito renhida e difícil, mas a regra que apenas permite um par/grupo por país na final, aumenta ainda mais a hipótese de ter alguns portugueses entre os eleitos.
Apesar das excelentes prestações do trio luso, estas ginastas terminaram as preliminares em 12º lugar, mas dadas as repetições de países, passaram à final em 8º. Do meu ponto de vista, nada poderia ser mais justo para com o trabalho (árduo) das ginastas portuguesas que sempre estiveram incansáveis durante toda a fase de preparação. Neste escalão, tudo se decide nos mais ínfimos pormenores (os elementos apresentados são, na sua grande maioria, obrigatórios, e por isso, o peso da nota artística é imenso) o que acarreta uma dose de incerteza e mesmo alietoriedade (diga-se até injustiça) em algumas notas. Na final, conseguiram subir dois lugares e terminaram o seu Campeonato da Europa no 6º posto (entre 21 participantes). Belíssima prestação.

Ana Duarte/Jessica Luís conseguiram realizar um bom exercício de Equilíbrio, mas no Dinâmico, fruto de uma penalização de dois pontos, ficaram completamente arredadas de qualquer hipótese de sonhar com as finais. O 20º lugar parece pesado demais para a prestação deste Par Feminino, mas no escalão 11-116, qualquer pequena falha é absolutamente comprometedora.

Importa frisar que todos estes ginastas do escalão 11-16, conseguiram o apuramento para esta prova internacional em virtude de três momentos de controlo em Portugal promovidos pela FPTDA. Os critérios eram rígidos e absolutamente incontornáveis pelo que, qualquer ginasta aqui presente, esteve-o por direito próprio e conquistou merecidamente o seu lugar neste Europeus.

Tiago Rodrigues/Ivo Gabadinho, competindo nos Pares Masculinos, partiam com 0,5 pontos de penalização em cada exercício devido à diferença de alturas. Dois bons exercícios levaram-nos à Final em 5º lugar. No entanto, foi um par muito penalizado na nota artística, motivo também pelo qual terminou a sua presença nos Europeus nesse mesmo 5º posto.

Resta-me falar de Filipe Norton e Filipa Silva. Foram o par/grupo Revelação deste escalão para as hostes nacionais. O primeiro exercício acusou um pouco da responsabilidade de tão importante prova, mas o segundo foi seguro e muito contribuiu para terminarem as preliminares em 5º lugar e acederem à final no 3º posto!! Infelizmente, o sonho do pódio quedou-se a uma décima frente ao Par Misto Ucraniano (de quem já falei noutro post). De qualquer das formas, foi uma prestação espectacular do par nortenho e uma agradável surpresa nestes Campeonatos.


Os Juniores apresentaram-se em duas especialidades: Pares Femininos e Masculinos (aliás, importa salientar que este é o segundo Campeonato da Europa em que Portugal apresenta um Par Masculino em cada escalão em competição – e agora em 2007, foi a única especialidade em que tal se verificou).

Ana Martins e Inês Luz entraram bastante bem no exercício de Equilíbrio. No Dinâmico, porém, sofreram uma grande penalização que as colocou em 8º lugar no final do segundo dia de prova. Quando faltava apenas o exercício Combinado, as ginastas portuguesas estavam, assim, apuradas para a Final. No entanto, o par ucraniano haveria de ultrapassar o par português que se quedou no 9º posto a escassos 0,05 pontos do tão desejado apuramento. As búlgaras haveriam de ultrapassar as portuguesas pela diferença mínima. Para o ano, tudo muda para estas ginastas ao atingirem o escalão Sénior. Apesar de não terem alcançado a Final nesta prova, mostraram que estão preparadas para os novos desafios e que estão no bom caminho para as difíceis provas que se aproximam.

David Varela e João Assunção apresentaram-se muito seguros e com elementos de boa dificuldade – sobretudo no exercício de Dinâmico. No entanto, sofreram também uma penalização de 0,5 pontos em cada exercício por diferença de alturas superior ao regulamentar. Feitas as contas, essa diferença de altura (1,5 pontos no total) teria sido suficiente para os colocar na Final. Assim, quedaram-se no 7º posto. De outra forma, teriam alcançado o 6º lugar e o direito de disputar a tão desejada Final. A base de progressão destes ginastas é, ainda, enorme e têm, certamente muito para dar à Ginástica Acrobática Nacional. Depois do Ivo e do Nuno, Telmo e do Hugo, parece que o Algarve encontrou os seus sucessores nos Pares Masculinos.

E eis-nos nos escalão Sénior.
Joana Vicente/Débora Pinto/Joana Geada e João Maia/Tiago Figueiredo: estes eram os ginastas Seniores que representariam Portugal nos Campeonatos da Europa.
O Trio Sénior esteve bastante sólido durante todas as suas prestações mas foram fortemente penalizadas na nota artística durante toda a prova. Apesar dos bons exercícios realizados – sobretudo o Equilíbrio, onde, aliás tiveram a mais alta pontuação de dificuldade de toda a prova de Trios – algumas notas (como a de execução no Dinâmico) foram muito abaixo do que é normal. No entanto, a passagem à Final foi a concretização de um enorme objectivo. O 6º posto manteve-se no final da prova apenas por uma questão de nota de dificuldade: o Trio Russo teve mais dificuldade que as portuguesas e conquistou o 5º lugar por apenas 0,067 pontos. Foi uma das mais fortes provas de todo o Europeu e Portugal esteve condignamente representado na Final.

O Par Masculino João Maia e Tiago Figueiredo conseguiram o melhor resultado para Portugal nesta competição ao alcançarem o 4º lugar. O pódio esteve muito perto durante toda a prova e ficou provado que é possível conquistar os lugares mais importantes de qualquer competição internacional sem esperar, como dantes, que os supostos “melhores” tivessem falhas. Portugal já se pode gabar de ir entrando para esse lote...
Numa prova dominada pela Rússia e a Ucrânia (com esta a levar a melhor), a disputa que coube aos ginastas lusos era o terceiro lugar do pódio. Durante as preliminares (onde se destacou um excelente exercício de Equilíbrio e um menos bom de Dinâmico), os portugueses foram ascendendo os lugares da tabela classificativa até à passagem para a Final em 4º lugar. E numa Final tudo é possível. Talvez o facto do João e o Tiago terem feito imediatamente antes do Par Inglês (seu adversário mais directo) tenha sido importante para o desfecho da competição, mas neste nível, a prestação é sempre o mais importante. Os Portugueses estiveram bem e os Ingleses também. A diferença foi escassa. No entanto, foi importante ter terminado a prova à frente da Bulgária e da Polónia (3º classificados no Campeonato do Mundo) – é a segunda prova consecutiva que o Par Português termina à frente do Polaco. Ainda há muita progressão para estes ginastas e todas as provas são lições para todos quantos delas querem retirar ensinamentos. Esta não foi excepção.

Portugal conseguiu 5 Finais de entre as 8 possíveis. Um excelente resultado colectivo.

Sunday, November 4, 2007

Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática

OUTROS FACTOS

Absoluta Hegemonia da Rússia nos 11-16
(Só não ganharam nas Quadras porque um dos seus bases levou uma mão ao chão quando realizou um mortal para joelhos).

Repartição de Títulos nos Seniores
Ucrânia vence nos Pares Masculinos e Quadras e Grã-Bretanha nos Trios. Rússia vence nos Femininos e Mistos.

Excelente Organização
A começar na pontualidade holandesa nos transportes (ao segundo). Alojamento, controlo de acessos, número de voluntários impressionante, simpatia de todos e prestabilidade. Até as refeições são um ponto positivo (frugais e bem diferentes das nossas mas para o que é costume, foram excelentes – pelo menos havia jantar, coisa que normalmente é igual ao almoço: pão com qualquer coisa...). O jornal diário dos Campeonatos era um folhetim sobre os factos do dia anterior com curiosidades, frases em várias línguas e diversos intervenientes – o Trio e o Par Masculino de Portugal mereceram destaque no dia do Combinado das Preliminares. No jantar final (3 horas horas depois das últimas finais) todas as delegações receberam um pack com 11 DVDs com a prova completamente gravada. Deveras impressionante. A organização pode não ter sido tão boa como a do Europeu 2001 em Faro, mas teve muitas ideias interessantes que devem ser postas em prática noutros eventos futuros.

Novos Países e outros tantos regressos
Finlândia, Espanha, Itália, Moldávia, Arménia, Israel, Irlanda, República Checa, Suíça, Hungria. É de saudar o aparecimento destes novos países na cena internacional. Alguns são reaparecimentos, mas é sempre importante e bom observar a prática da Ginástica Acrobática em tantos países. Quantos mais, melhor.

Polónia e Bulgária ressurgem em força
Duas antigas potencias da modalidade, um pouco arredadas dos altos palcos trouxeram enormes equipas nos vários escalões e conseguiram belíssimos resultados para os seus países.

Rússia e Grã-Bretanha no topo
Das 15 categorias em disputa neste Europeu, a Grã-Bretanha surgiu em 12 pódios! Ganhou inclusivamente em alguns deles como as Quadras 11-16, os Pares Masculinos Juniores e os Trios Seniores. Longe vão as vergonhas de ajuizamento do Europeu da Grécia, mas mais importante que isto, é de louvar o excelente trabalho a médio/longo prazo que tem vindo a ser desenvolvido naquele país.
A título de curiosidade, a Ucrânia esteve em 6 pódios, a Bélgica em 4, a Bielorrússia em 3, Alemanha, a Bulgária e a Polónia em 2 e a Rússia esteve em 14 dos 15 possíveis.

(o próximo post analisará a prestação dos ginastas Portugueses)

Entretanto, PARABÉNS aos Trampolins nacionais pelos resultados espectaculares obtidos com o apuramento olímpico nos homens e mulheres (em especial à Ana Rente, pois está visto que ter começado na Acrobática - Par Misto Junior nos Europeus da Suiça - só lhe fez bem). Graçolas à parte, MUITOS PARABÉNS A TODOS. A GInástica Portuguesa voltará a estar representada nos Jogos Olímpicos!!

Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática

O PIOR

Excessiva interferência do Júri Superior – quase que tornou o papel do Chefe de Painel num simples adorno de pontuação. Não serviu para esclarecer problemas mas antes para os adensar. A UEG ainda tem muito que aprender com a FIG neste campo. Foi lamentável a sua acção a ordenar que as notas descessem para o Par Masculino Sénior Português e subissem para o Inglês que fez imediatamente a seguir (estas são incumbências do CPJ exceptuando em casos extremos e não julgo que uma Final de um Europeu tivesse um painel inteiro de juízes “ceguetas”...

Trio Russo Sénior
São 3 ginastas de eleição! Ambas as bases e a volante são absolutamente incríveis. Fabulosas técnica e artisticamente. Os treinos são incansáveis e a presença no praticável arrebata pavilhões e leva os espectadores ao rubro. Nada disto é discutível!
Mas quando a volante dá pela cintura da base mais alta (não estou a exagerar), algo vai muito mal na Acrobática e no país que autoriza ser representado por um trio com tamanha diferença de alturas. A Rússia não terá ninguém que não desconte???

Final de Quadras Seniores
Bielorrússia – Queda; Rússia – Queda; Bulgária – Queda; Grã-Bretanha – Queda... Venceu quem não caiu: a Ucrânia. O exagero da dificuldade (230 pontos) no Combinado leva a estas fatalidades. O mesmo se passou nos Pares Mistos.

Final de Pares Mistos Seniores
Lituânia – Queda; Bulgária – Queda; Grã-Bretanha – Queda; Bielorrússia – Queda...
Venceu a Rússia e em segunda a Alemanha.