Monday, June 30, 2008

Resultados Finais da Sondagem #3

Na Gin. Acrobática, a relação Peso/Altura entre os elementos do P/G deveria respeitar determinados limites?


SIM - 68% - vence destacado esta sondagem
Basta a Altura - 23%
Não deveria haver limites - 5%
NÃO - 1%

Parece-me que se esta questão for colocada em diversos países, os resultados não serão muito diferentes destes. Nitidamente, a altura, não parece ser suficiente e talvez seja, de facto, importante reflectir sobre a necessidade de encontrar um instrumento de medida mais rigoroso - no sentido de esbater assimetrias, como se vê frequentemente nos Pares Femininos (com jovens a roçar a anorexia) - e que impeça que a relação de pesos não seja penalizada com objectividade - todos sabemos que nem sempre é consensual o desconto por diferenças de massa ou maturidade.
Como sugeriu "acosta", o IMC parece ser uma hipótese.
Espanta-me quem ainda quer que a Acrobática seja Circo, com gigantes e anões, sem limites ou retrições (felizmente apenas 5%)...

6 comments:

Ginastas Boazonas!!! said...

Oi...
Desculpem a intromissão…
Sim… penso que é importante estabelecer algumas regras…
Mas trata-se de uma situação bem mais complexa… quando opinamos acerca da temática devemos considerar uma serie de factores.
Estou sensibilizada para o tema porque me é muito próxima esta problemática e por essa razão já efectuei algumas pesquisas neste sentido.

Primeiramente devemos ter em mente que este tipo de regras, podem associar mais um factor de risco para a saúde dos atletas. “Os distúrbios alimentares e as práticas de controlo de peso podem afectar até 2/3 dos atletas de algumas categorias de desportos. Para além dos comuns erros nutricionais similares aos praticados pelo público em geral (refeições rápidas, etc.), as doenças ligadas a distúrbios alimentares e comportamentais estão em crescimento e, entre elas, a anorexia é de longe o exemplo mais frequente (esta doença é mais comum nos atletas do que no público em geral). Estes problemas afectam principalmente :
- Atletas de desportos que estão divididos em categorias de peso: desportos de combate (judo, etc.), jockeys, etc. e desportos em que o ideal é ter o mínimo possível de gordura corporal (desportos de endurance),
- Desportos nos quais o ideal estético é muito importante (ginastas, bailarinos, patinagem artística, etc.).”
Desta forma penso que tal como ocorre em desportos onde se verifica uma adequação do peso a categoria, assistiríamos a verdadeiras atrocidades, para chegar ao dia da competição “no ponto”.

Quanto à avaliação pelo IMC (índice de massa corporal) não me parece o mais adequado.
O IMC é o método usado para calcular o grau de obesidade de uma pessoa sendo uma fórmula aceite como padrão de medida internacional.
Mostra-se extremamente útil a nível populacional permitindo comparações com estudos nacionais e internacionais, verificando os graus de obesidade e quais os possíveis riscos para a saúde das populações.
Contudo devemos considerar as suas limitações uma vez que não considera a influência da proporcionalidade corporal (relação tronco/pernas)… e entre outros factores que não se adequam a situação em questão, não avaliar atribuição de gordura corporal (sendo esta mais leve que a massa muscular). E é por esta razão que o IMC não é válido para desportistas ou atletas de desportos em que os atletas tenham uma musculatura desenvolvida. A massa muscular desses atletas representa grande parte do seu peso.
O IMC é apenas um indicador de obesidade…

Penso que a ideia é interessante mas difícil de aplicar…
Existem como é óbvio outras metodologias para efectuar essa relação… mas não são de aplicação tão prática…
E como é que seria atribuída a relação de proporção entre a base e volante? São fases diferentes de desenvolvimento corporal… Não sei… é interessante a ideia…mas faz-me bastante confusão… Penso que a relação entre alturas é a mais pratica e mais segura para a saúde dos atletas… o peso poderá levantar alguma polémica… não sei…!!!

LFranca said...

Se todos os comentários fossem como este, teríamos o melhor site de discussão de Ginástica Nacional. Obrigado.
Porém, há algo que não posso concordar. O actual sistema - da medição das alturas - é o que mais favorece os distúrbios alimentares! Repara que quando tens um sistema onde o único indicador é uma medida métrica (e portanto, não restritiva de peso), as/os ginastas controlam o peso para compensar a altura que têm - e o normal aumento de peso em virtude do aumento de tamanho. O caso que dei dos Pares Femininos Seniores é um dos melhores exemplos (pela negativa) pois vemos mulheres-bases extremamente fortes e volantes (altas) e muitíssimo magras. Nos trios o problema é menor pois a medição é feita com a intermédia. Como é preciso ter uma determinada altura para não haver penalizações, as volantes são extraordinariamente magras.
No teu comentário também disseste: "Desta forma penso que tal como ocorre em desportos onde se verifica uma adequação do peso a categoria, assistiríamos a verdadeiras atrocidades, para chegar ao dia da competição “no ponto.” - isto só é verdade em desportos de categorias, como referes. Para a Acrobática, o indicador Peso/Altura ou o IMC seria um indicador de restrição e não de permissão. Ou seja, uma lutadora pode tomar diuréticos ou fazer mega-regimes para estar com o peso dentro da categoria no dia das pesagens, mas o que aconteceria na Acrobática seria o oposto pois não estou a ver os Bases a fazer um enorme regime para "caber" no peso dos volantes e isso obrigaria a um maior controlo positivo do peso para os volantes, não os deixando cair abaixo de determinados limites (o que acontece hoje) pois caso isso se verificasse, o par/trio/quadra estaria em maus lençóis.
Imagina que, por exemplo, a proporção era qualquer coisa como: - o peso do volante não pode ser inferior a 65% do peso do base; ou seja, num par masculino cujo base pesasse 80 kg, o volante nunca poderia estar abaixo dos 52 kg. Percebes como seria uma descriminação positiva? O volante não podia pesar MENOS do que um dado valor. Coisa que agora não acontece. As relações até poderiam se diferentes consoante a especialidade.

Ginastas Boazonas!!! said...

sim... nesse ponto de vista sim...

Não pensei dessa forma... pensei numa base capaz de fazer sacrificios pa não apresentar muitas diferenças face ao volante....
Pensei numa base com mais liberdades para fazer o que quer, sem a intromissão dos pais...

Não pensei nas volantes... Apesar de não ter filhos... penso que quando tiver (se tiver), não permitirei esse tipo de "atrocidades".
Nunca me passou se quer pela cabeça pedir a uma miúda que não comesse... No máximo que faça uma alimentação como a que seria desejável para todos nós... equilibrada, sem excessos e sem ponta de "porcarias"!!!

Quem se trama são mesmo os pares... nos trios e quadras as volantes ate podem pesar quase tanto como as bases... somos mais a pegar!!!

A minha última volante... apresentava 71% do meu peso… Actualmente a minha miúda tem aproximadamente 60% do meu peso… é uma miúda saudável...
Qual seria a solução… para atingir os 65% “propostos” por si?
Ou a obrigo a ganhar peso e contribuímos para uma aumento de peso inadequado que poderá ter repercussões graves para a saúde dela… ou eu que sou mais crescidinha e já tenho o desenvolvimento concluído, me sacrifico um pouquito… “sacrifico agora estes tempitos de provas… quando tiver de ferias vingo-me!!!”
Sou contra pressões que possam resultar em distúrbios alimentares (quer visem uma subnutrição ou uma sobrenutrição) ou de outro tipo de perturbações...
Convivo diariamente uma situação do tipo... e trata-se de uma situação que não surgiu enquanto teve "na guarda" do papá e da mamã (havia vários sinais e já algumas “atrocidades” mas dentro dos padrões mais ou menos normais)... quando se sentiu senhora de si mesma foi capaz de todas as "atrocidades" e mais algumas!!!
Como digo...
Não sei...
Penso que a tentativa de um controle deste factor traz consequências…umas boas… outras más!!!
Uma moeda com duas faces… como todas as outras!!!
(estava relutante em comentar… não dava para por anónimo!!! Mas lá ganhei coragem…
É apenas um ponto de vista…

LFranca said...

"(estava relutante em comentar… não dava para por anónimo!!! Mas lá ganhei coragem…
É apenas um ponto de vista…"
E ainda bem!! Somos uma comunidade e não temos todos de ter os mesmos pontos de vista. Estas Sondagens são para isso mesmo!
Obrigado, mais uma vez. Não deixes de comentar. Beijos aí para VC.

ACosta said...

Viva.
Acho que o sistema actual de controlo apenas pela altura está obsoleto. Cada vez vejo mais volantes magríssimos (sobretudo femininas), em alguns casos a roçar o "esquelético", o que me faz pensar que vale tudo para se ganhar...

Imaginem o que deve pensar um pai ou mãe que tenha um(a) filho(a) que queira praticar acrobática, mas que depois nas provas vê ginastas com um aspecto muito pouco saudável. Não nos admiremos pois se a curto prazo houver cada vez menos jovens interessados em aderir à ginástica (não é só na acrobática que que isto acontece)...

astroide said...

quer dizer, concordo com isto tudo, mas e entao as ginastas com extremo excesso de peso em praticavel? essas devem ser menos saudaveis que muitas miudas que para la andam que apesar de serem magras, comem bem e sao magras pk realmente treinam bastante e nao comem porcarias